segunda-feira, 27 de julho de 2015

Tenho apenas um mês

Eu tenho apenas um mês para ficar bonito.
É! Em setembro vou ao Rock in Rio e estou cheio de manchas na pele. Não sei como resolver isso. Sinto cada vez mais que tenho pouco tempo e quero aproveitá-lo da melhor maneira possível.
Sempre com muita música.



Vou no dia do System Of a Down e de quadra vou ver a banda Hollywood Vampire com Johnny Depp.




terça-feira, 14 de julho de 2015

Conto sobre gatos, parte do meu projeto de livro: Eugênio.

"Acordava e ia dá uma olhada no quintal. Ia ver se os gatinhos filhotes já estavam com a doença.
Acho que no meu quintal tem uma espécie de verme, de germe, ou: uma Maldição.
De um gato que tínhamos no quintal, surgiram três, quatro, sete, dez. Chegou uma hora que não sabíamos mais quantos eram ao certo.
No nosso quintal, os gatos e as galinhas conviviam lado a lado.
Às vezes as galinhas chocavam seus ovos, às vezes eram as gatas que embuchavam.
Os gatos mais velhos tinham os olhos esbugalhados. Salientavam-se os olhos até, numa manhã, caírem.
A maldição se repetia sempre: os filhotes cresciam, seus olhos começavam a inchar: saltavam o máximo que podiam, e aí caíam. Ficava só o buraco ressecado e vazio no lugar.
Manhãs após manhãs, eu abria um pouco a janela da cozinha e constatava a perpetuação da maldição.
Nossas roupas eram lavadas e estendidas lá. 'E se nós pegássemos a maldição também?'
Durante as refeições, todos à mesa, eu ficava olhando os olhos de todo mundo: do meu pai, da minha mãe e dos meus irmãos. Tinha medo que eles pegassem. Impedia-os de irem ao quintal. Ficava na porta choramingando até eles voltarem.
Eu mesmo nunca pisei no quintal.
Eu era o único que não ia ao quintal.
Eu tinha medo deles, mas é porque eu não sabia o que eles tinham. Sentia-me seguro longe deles."


[Era só desconhecimento; não era maldade!]



"Agora, acho que nunca mais vou poder chegar perto de gato algum. Com ou sem olhão."

domingo, 10 de maio de 2015

Preconceito Latente

Queria compartilhar um ocorrido com vocês e saber suas opiniões.

Fui transferido para outro setor e chegando lá tive aquela semana de adaptação onde se ficam todos com o à trás observando, inclusive eu.
Teve um rapaz que tem um cargo de confiança do diretor que assim que me viu pela primeira vez, soltou: _ Esse sim é um afrodescendente de respeito, não igual ao que temos aqui. E apontou para outro rapaz negro que riu, assim como eu ri.

O que pareceu ser um quebra-gelo, foi se aprimorando e acrescido de ódio disfarçado de brincadeira.

Todas as vezes que esse rapaz me via soltava uma piada:
_ E aí negão;
_ Eu sou racista, viu;
_ Você está pensando que está falando com alguém da sua raça;
_Você está sentado na mesa errada negão.

Ele fazia isso sério e na frente de todos, inclusive de outros funcionários da raça negra. O que me despertou que aquilo não era brincadeira é porque quando ele pegava pesado, sempre me ligava de forma educada e me chamando pelo nome, como que para soprar depois do tapa.

Um dia eu não aguentei e, temendo perder o controle e razão, o chamei bem educadamente para sala de reunião e pedi permissão para gravar a conversa, ele se assustou e disse que não, eu disse que gravaria do mesmo jeito e que ele poderia sair da sala se quisesse, como ele não saiu comecei a falar.

Eu: _ Olha, eu estou me sentindo incomodado com suas brincadeiras a respeito de raça. E não é só por mim. Quando você faz isso, não olha para os lados e nem vê que o pessoal da limpeza, o da cozinha, e motoristas, estão todos por perto e como eu tenho um cargo equivalente ao seu e sei que eles nunca viriam aqui para falar com você, eu me sinto na obrigação de fazer isso.

Ele:_ Eu sei. A gente brinca com quem dá abertura, mas se você não quer eu não brinco mais. Só acho que não deveria chegar a esse pinto de você me chamar aqui e gravar. (levantou-se e já ia saindo da sala)

Eu: _ Só um minuto que eu ainda não acabei de falar.

(ele se assustou com a assertividade do meu tom e voltou)

Eu:_ Essa é a última vez que estou falando com você sobre isso, da próxima abrirei um boletim de ocorrência e entrarei com petição para que seja instaurada uma sindicância.

(ele ficou nervoso, saiu falando alto; mas eu continuei calmo com a voz branda e disse: _ estamos acertados, não é. E dei um sorriso)

Bem, nossa relação agora está naquele fio tênue, mas não vou ficar sendo sistematicamente ofendido e levar tudo na brincadeira para evitar o confronto. Não seria mais fácil que as ofensas fossem evitadas?
Até parece que isso é feito em tom de brincadeira para quando a vítima tomar uma atitude drástica, passe a exercer o papel de agressor.


Não adianta achar tudo um absurdo e tentar mudar leis e cobrar autoridades se no nosso dia a dia, no nosso ciclo de amizade, não conseguimos reverter ou evitar injúrias.  

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Nunca é tarde.

Bem, chega de irresponsabilidade. Nunca é tarde para mudar.
Depois de anos fazendo sexo sem camisinha, agora só com camisinha. 
Nunca tinha camisinha e quantas vezes fiz sexo sem proteção: tanto pra mim quanto para o parceiro. Agora não quero levar culpa em minha mente, quero prazer sem culpa.
Ia aos guetos de sexo sem preservativos e só transava com quem quisesse fazer bare, com isso eu ganhei prazer, mas também sífilis e herpes.
Claro que eu não forçava ninguém a fazer sexo comigo sem camisinha, mas como sei que tenho HIV é meu dever proteger quem está ao meu lado.
Fico mais tranquilo por estar com carga viral indetectável e sei que assim o vírus não é transmitido, mas agora eu levo as minhas camisinhas. Já é um progresso.